Maria Mulambo – Gesso
Maria Mulambo | Qualidade Imagens Bahia, Brasil
Material: Gesso pintado à mão.
Tamanho: Aproximadamente 20 cm.
Disponibilidade: Em stock REF: IB-281089
29.95€
- Descrição
Descrição
Maria Mulambo nasceu num berço de ouro, rodeada de luxo. Embora os seus pais não fossem reis, faziam parte da corte de um pequeno reino. Desde cedo, Maria destacou-se pela sua beleza e delicadeza, sendo frequentemente apelidada de “princesinha”, mesmo sem o ser de verdade. Aos 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, que desejava casá-la com o seu filho de 40 anos, num matrimónio sem amor, concebido apenas para fortalecer alianças e aumentar as fortunas das famílias.
Os anos foram passando e Maria não engravidava, o que aumentava a pressão no reino, que precisava de um herdeiro. Além de viver um casamento sem amor, Maria era apelidada de “árvore que não dá frutos”, numa época em que as mulheres inférteis eram vistas como amaldiçoadas. Apesar disso, Maria dedicava-se à caridade, visitando os povoados pobres para ajudar os doentes e os necessitados.
Durante essas visitas, conheceu um jovem viúvo, apenas dois anos mais velho do que ela, que cuidava com amor dos seus três filhos pequenos. Entre os dois nasceu um amor à primeira vista, embora nenhum deles tivesse coragem de o admitir. Quando o rei morreu, o príncipe foi coroado, tornando-se rei, e Maria tornou-se rainha. Apesar de ser adorada pelo povo, continuava a ser alvo de invejas e críticas por não gerar filhos.
No dia da coroação, os pobres súbditos, em sinal de gratidão pela bondade de Maria, improvisaram um tapete de flores para ela passar. Maria ficou emocionada, mas o seu marido, dominado pela inveja, trancou-a no quarto e deu-lhe a primeira de muitas surras. Sempre que bebia, o rei descarregava a sua fúria sobre Maria com agressões verbais e físicas. Apesar das feridas, Maria não abandonou o seu trabalho de caridade, continuando a visitar os mais pobres.
Um dia, o jovem por quem Maria estava apaixonada, ao vê-la tão marcada pelos maus-tratos, declarou o seu amor e propôs-lhe fugir para que pudessem viver o seu grande amor. Combinaram a fuga, deixando os filhos dele aos cuidados dos seus pais até que pudessem reconstruir a vida. Maria deixou tudo para trás — o ouro, as jóias e o luxo — e partiu apenas com a roupa do corpo.
O rei procurou-a durante algum tempo, mas acabou por desistir. Maria, agora vestida com roupas simples e humildes, vivia finalmente feliz ao lado do seu amor e engravidou. A notícia espalhou-se pelo reino e chegou aos ouvidos do rei, que enlouqueceu ao descobrir que ele é que era estéril. Incapaz de lidar com a vergonha, ordenou que os seus guardas capturassem Maria. De rainha, passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como insulto, mas por agora pertencer ao povo.
O rei mandou que lhe atassem duas pedras aos pés e a atirassem à parte mais profunda de um rio. O crime permaneceu em segredo, mas sete dias depois, flores começaram a brotar nas margens do rio, e os peixes concentravam-se apenas naquele local. O seu amado, desconfiado, mergulhou no rio e encontrou o corpo de Maria, intacto, como se estivesse prestes a acordar. Curiosamente, os trapos que ela usava desapareceram, e o seu corpo estava vestido com trajes de rainha, adornado com jóias.
O povo velou Maria com honras de rainha e cremaram o seu corpo, como era costume. O rei enlouqueceu com os acontecimentos e nunca mais se casou. Desde então, Maria Mulambo é venerada em várias linhas espirituais, como Maria Mulambo das Almas, Maria Mulambo do Cemitério, Maria Mulambo da Calunga, Maria Mulambo das Sete Encruzilhadas e Rainha Mulambo, entre outras.
Fonte: http://www.imagensbahia.com.br – Texto: Eleonor Aguzzoli, de Torres, RS (adaptado)