Para ser dita no presença do irmão atormentado, porém, como se estivesse, primeiramente, dirigindo a Deus e depois ao espírito obsessor.
Deus! Permiti ao espírito que obsidia o nosso irmão (ou irmã) se aperceba de que deixou a vida terrestre para entrar na vida espiritual. Que ele compreenda que, neste novo estado, deverá cedo ou tarde abandonar os hábitos e as vaidades do mundo que acaba de deixar, assim como todo o desejo de domínio ou de posse material.
Agir de outro modo seria permanecer nas trevas da erraticidade, onde as tentações da Terra lhe seriam um verdadeiro suplício.
Dirigindo?se agora ao espírito:
Se é um amor apaixonado e intransigente que te liga aos seres e às coisas do plano terrestre, que saibas bem, amigo que me ouves, que a tua ignorância e a tua teimosia, embora bem intencionadas, te serão mais perniciosas do que o abandono delas.
Para a tua felicidade pessoal, eleva?te rumo às esferas superiores onde adquirirás a luz e a sabedoria que te transformarão num conselheiro esclarecido ou devotado.
Escuta as vozes dos que já atingiram os cumes da espiritualidade e voltarás então para nós engrandecido e purificado, a fim de nos ajudar a subir a rude escada da vida.
Mas se te voltas contra os teus irmãos humanos, para saciar os teus rancores e ódios, então, amigo, toma cuidado porque desencadearias sobre ti mesmo o ressentimento de outros seres inferiores que não concedem o perdão das ofensas e te ligarás por numerosos anos aos sofrimentos.
Observa o teu passado. É ele isento de faltas iguais às do irmão que persegues, faltas que te seriam também censuradas? A hora da tua volta à vida terrestre talvez não demore a soar. Vê as provações que te aguardam se persistires no mal.
Amigo, eleva o teu olhar para o Alto. É tempo de reflectir.
Compreende que é belo e grandioso perdoar, praticar o bem.
Compreende a tua nova vida e abandona de uma vez por todas aquele a quem persegues com os teus fluidos pesados e pensamentos nefastos.
Afasta?te por um tempo dos que partilham dos teus erros, ilusões e fanatismo.
Fecha os ouvidos aos seus sofismas e às suas zombarias.
Um dia chegará, como o teu, em que eles se prosternarão diante de Deus e Lhe implorarão clemência.
Pensa naqueles que amaste, que sempre foram bons e verás que eles correrão ao teu encontro para te ajudar a levantar o véu que te oculta ainda os esplendores da vida do Além.
Afasta?te de quem persegues, a fim de que, não tendo mais adiante dos teus olhos a lembrança dos teus erros, não vejas mais a causa da tua queda.
Ora a Deus com sinceridade para que Ele te dê um amigo certo, um guia esclarecido, que te estenderá a mão para te conduzir ao caminho da felicidade.
Esperamos, amigo, que estes pensamentos, que te foram dirigidos com todo o nosso coração, não tenham sido formulados em vão e que um dia, regenerado, volteis a nós para nos contar a tua alegria por nos ter escutado.
Que a luz divina desça sobre ti.