O responsório (ou responso) é uma oração em diálogo, em que se alternam estrofes ditas pela Voz e Respostas ditas pelos assistentes. Contudo, o responsório de Santo António é muito utilizado como oração individual, na devoção particular. Neste caso, é rezado diariamente, com a finalidade de pedir uma graça particular ao Santo.
O responsório de Santo António foi composto por Julião de Spira e, posteriormente, foi incorporado ao ofício divino comemorativo da festa anual do Santo. O original em latim é o seguinte:
V. — Si quaeris miracula,
Mors, error, calamitas,
daemon, lepra fugiunt.
Aegri surgunt sani.
R. — Cedunt mare, vincula;
membra resque perditas;
Pettunt, et accipiunt
Juvenes et cani.
V. — Pereunt pericula,
Cessat et necessitas;
Narrent hi, qui sentiunt.
Dicant Paduani.
R. — Cedunt mare, vincula;
membra resque perditas;
Pettunt, et accipiunt
Juvenes et cani.
Existem muitas versões do responsório. Algumas seguem mais ou menos fielmente a tradução do latim; outras são uma criação mais livre. A versão que se segue é a encontrada actualmente no devocionário de Santo António.
V. — Se milagres desejais,
Recorrei a Santo António;
Vereis fugir o demónio
E as tentações infernais.
R. — Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E, no auge do furacão,
cede o mar embravecido.
V. — Todos os males humanos
Se moderam e se retiram.
Digam-no aqueles que o viram,
E digam-no os portugueses.
R. — Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E, no auge do furacão,
cede o mar embravecido.
V. — Pela sua intercessão
Fogem a peste, o erro, a morte;
O fraco torna-se forte
E torna-se o enfermo são.
R. — Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E, no auge do furacão,
cede o mar embravecido.
V. — Glória ao Pai, ao Filho, ao Espírito Santo.
R. — Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E, no auge do furacão,
cede o mar embravecido.
V. — Rogai por nós, Santo António.
R. — Para que sejamos sempre dignos
das promessas de Cristo.